quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

UM POUCO DE CONHECIMENTO SOBRE A COMEMORAÇÃO DO NATAL


Ninrode (falando no vernáculo) foi um líder de uma humanidade remota, filho de Cuche e de uma poderosa mulher chamada Semíramis.
"Ninrode começou a ser grande caçador ante a face do Senhor" (Gênesis 10:9)
Quando Cuche morreu, Ninrode casou-se com a mãe.

Ninrode foi o primeiro ditador da humanidade, construiu e comandou diversas cidades e ampliou grandemente seu império.
Uma das cidades mais famosas construídas por ele foi Babel, sim, aquela da torre. 
Enquanto, segundo os livros de Moisés e outros similares das tradições antigas, Deus desejava que a humanidade povoasse a Terra, se espalhasse, Ninrode ajuntava mais e mais o seu povo, para que ele governasse a todos diretamente.

Ninrode desejava reunir toda a humanidade em torno de si e construir uma torre que chegasse aos céus, com o argumento de ninguém ser tragado por um dilúvio novamente, manterem-se unidos e serem conhecidos por gerações (Gênesis 11:4).

Com a grande estatura da torre, Ninrode tornou-se conhecido como "príncipe dos céus".
Sobre este homem, Flavius Josefus escreveu: "Pouco a pouco, transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder".
Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a Terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados.
O povo estava ansioso de seguir este conselho, achando ser escravidão submeter-se a Deus; de modo que empreenderam construir a torre de Babel.

Quando Ninrode morreu,Semíramis disse ao povo que ele tinha se tornado um deus, o deus-sol.
Semíramis esperava um filho quando Ninrode morreu. Quando o filho nasceu, ela declarou que o menino - que se chamou Tamuz - era a reencarnação de Ninrode.
Agora as pessoas também passaram a adorar Semíramis como a deusa da fertilidade.
A data do nascimento de Tamuz, se trazida para o calendário romano (o de nosso uso) é entre os dias 24 e 27 de Dezembro.

O culto a Ninrode na figura de Tamuz, mais tarde chamado “deus Sol” tinha danças, cânticos, flores, presentes, e um item chamado “moloque”.
Moloque era um deus com cabeça de boi e o corpo era um forno, neste forno sacrificava-se algumas crianças.

Não gosto de teoria da conspiração, essa coisa de procurar cabelo em ovo, demônio em qualquer bobagem, ou coisa assim.
E quer saber? Amo esse clima de Natal.
Mas amo também o conhecimento, e não sei ficar quieto, risos.

Semíramis é uma imagem que atravessou os tempos e está em toda parte, nos rostos da "república", a mulher nas esfinges do dinheiro brasileiro; a estátua da liberdade, Minerva. no páteo do colégio, o logo da Columbia Picture, e por aí vai... http://va.mu/djTv
Semíramis era conhecida como “a rainha dos céus” e recebeu também outros nomes como “Mitra”, “Ashtar” “Astarote” e outros.

Ah, não vai mais usar dinheiro? Dê pra mim! 
Não vai mais assistir filme da Colúmbia, faz bem, adoro cinema vazio sem molecada falando na minha orelha.
Não vai mais morar em São Paulo? UUUffa... estamos mesmo precisando esvaziar esta superpopulação.
Aquela viagem a Nova York você vai cancelar? Faz isso não, eu tenho passaporte, transfira a viagem para mim.
Bom, voltemos a Tamuz e o Natal...

Semíramis declarou que, em cada aniversário de seu natal (nascimento), Ninrode (na pessoa de Tamuz) desejaria presentes.
Com o passar das eras o culto a Ninrode (Tamuz) se propagou entre os povos caldeus que fundaram a Babilônia, que depois foi dominada pelos persas, e os persas pelos gregos séculos mais tarde e os gregos pelos romanos seculos mais tarde ainda.

Como não é novidade, povos anexados aos outros misturam costumes e há o sincretismo religioso.
Resumindo, os cultos romanos traziam Tamuz e a história de sua mãe Semíramis entranhados na sua cultura, com nomes romanos, e se for explicar os sincretismos este texto ficará enorme, mas como tudo que há, Google explica, rs, 

Mas o que aconteceu foi quando da fundação do Cristianismo todos os templos pagãos e idolos pagãos passaram a ser consagrados a figuras cristãs e outras ainda do Antigo testamento.
Assim, a festa romana principal, que era em 25 de Dezembro, dia do “Sol Invicto”, passou a ser atribuida ao nascimento de Cristo.

Assim como a mãe do Sol Invicto, Minerva, a rainha dos céus foi substituída pelo culto a Maria.
MAS CRISTO NASCEU ANTES DE CRISTO!!!!

Quando Jesus nasceu "... havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho." (Lucas 2:8).
Isto jamais pôde acontecer na Judéia durante o mês de dezembro [ainda mais à noite que era terrivelmente fria]: os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e os abrigavam para protegê-los do inverno que se aproximava, tempo frio e de muitas chuvas (Adam Clark Commentary, vol. 5, página 370). A Bíblia mesmo prova, em Cant 2:1 e Esd 10:9,13, que o inverno era época de chuvas, o que tornava impossível a permanência dos pastores com seus rebanhos durante as frígidas noites, no campo. É também pouco provável que um recenseamento fosse convocado para a época de chuvas e frio (Lucas 2:1). E foi o que houve, um recenseamento, que obrigou José e Maria a migrarem para Belém da Judéia para responderem ao censo, ou seja, tal censo não pode ter sido em Dezembro.

Jesus Cristo nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde [mais ou menos, pois o calendário deles é lunar-solar, o nosso é solar] ao mês de setembro do nosso calendário. A festa dos Tabernáculos (ou das Cabanas) significava Deus habitando com o Seu povo. Foi instituída por Deus como memorial, para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto, dias em que o Senhor habitou no Tabernáculo no meio de Seu povo (Lev 23:39-44; Nee 8:13-18 ).

Em João 1:14 ("E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.") vemos que o Verbo (Cristo) habitou entre nós. Esta palavra no grego é skenoo = tabernáculo. Devemos ler "E o Verbo se fez carne, e TABERNACULOU entre nós, e...". A festa dos Tabernáculos cumpriu-se em Jesus Cristo, o Emanuel (Isa 7:14) que significa "Deus conosco".

Vejamos nas Escrituras alguns detalhes que nos ajudarão a situar cronologicamente o nascimento de Jesus:
• Os levitas eram divididos em 24 turnos e cada turno ministrava por 1/24 = 15 dias, 2 vezes ao ano. Os números estão arredondados, pois 24 turnos x 15 dias = 360 dias =/= 365,2422 dias = 1 ano. Durante os sábados especiais, todos os turnos ministravam juntamente; 1Cr 24:1-19.
• O oitavo turno pertencia a Abias (1Cr 24:10).
• O primeiro turno iniciava-se com o primeiro mês do ano judaico – mês de Abibe. Êxo 12:1-2; 13:4; Deut 16:1; Ex 13:4.
• Usualmente havia 12 meses, alguns deles com 29 dias, outros com 30 dias, totalizando apenas 12 x 29,5 = 354 dias, ficando faltando 11,2422 dias para o ano solar. A cada 3 ou anos a distorção entre este calendário e o solar era corrigida através da introdução do mês de Adar II.
Zacarias, pai de João Batista, era sacerdote e ministrava no templo durante o "turno de Abias" (junho / julho) (Luc 1:5,8,9). 
Terminado o seu turno voltou para casa e (conforme a promessa que Deus lhe fez) sua esposa Isabel, que era estéril, concebeu João Batista (Luc 1:23-24) no final do mês Tamus (junho / julho) ou início do mês Abe (julho / agosto). 
Jesus foi concebido 6 meses depois (Luc 1:24-38), no fim de Tebete (dezembro / janeiro) ou início de Sebate (janeiro / fevereiro). 
Nove meses depois, no final de Etenim (que cai em setembro e/ou outubro), mês em que os judeus comemoravam a Festa dos Tabernáculos, Deus veio habitar, veio "tabernacular" conosco. Nasceu Jesus, o Emanuel ("Deus conosco").
"O meu povo perece por falta de conhecimento". Os 4:6

Ah Danilo, mas sendo uma coisa ou sendo outra, importante é haver uma data especifica reservada para comemorarmos o nascimento de Jesus...
Concordo, e não tenho nenhuma pretensão de mudar a data.
Mas se é Jesus que faz aniversário porque se trocam presentes? E a árvore? E as guirlandas E isso? E aquilo?
Tudo sincretismo religiosos do paganismo para o cristianismo mas este texto está enorme e não vou adiante... Hoje é bem fácil pesquisar.

O importante é que... se você se decepcionou e não quer mais panetone, chocotone, presente, dinheiro, viagem, etc... mande tudo pra mim, aceito de coração e agradecerei muito feliz.

Ah, e Feliz Natal!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

HISTÓRIAS DOS BANCOS DA PRAÇA

A Praça Lauro Gomes em São Bernardo do Campo está salva, num livro cuidadosamente e carinhosamente escrito por Manuel Filho.

Neste livro a autor (que também é um excelente cantor, vocês precisam ver, e ouvir, claro) visita cada um dos bancos remanescentes da praça e conta a história muito bem pesquisada dos anunciantes estampados ali.



A Folha do ABC de 20 de Junho de 201 publicou uma ótima matéria a respeito do livro.


E eu também fui agraciado com este livro excelente, fiquei feliz de encontrar meu nome nos agradecimentos e desejo a Manuel Filho todo sucesso!
Muito obrigado!


Visite o site do Manuel Filho:

e também o face:


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

HINO AO AMOR

ESCRITOR MANUEL FILHO PESQUISA MEMÓRIA DOS BANCOS DE PRAÇA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

Meu amigo, escritor Manuel Filho, tem feito um excelente trabalho de resgate da Memória sambernardense a partir dos letreiros nos bancos das praças. Onde estão os donos de determinado comércio que já não existe? O que virou depois naquele lugar? Como está hoje? Onde estão as pessoas que trabalharam no local para contar histórias. E ele está incansável e determinado; pesquisando pessoas, o arquivo de memória da cidade e logo teremos um lindo livro para ler!
Visitem suas pesquisas na linha do empo do Manuel Filho, vocês vão gostar muito! Parabéns, Manu!!!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A MAIS SIGNIFICATIVA FOTOGRAFIA JÁ TIRADA PARA A POSTERIDADE


5a. Conferência de Solvay,Bruxelas (Bélgica), 1927, evento que reuniu alguns dos maiores gênios da ciência do século 20!

Num evento que raramente se repetiu em se tratando de tantas mentes científicas juntas, esta é a mais emblemáticas fotografia já tirada. 
Na foto encontramos (não por ordem) Albert Einstein, Madame Marie Curie, Niels Bohr, Erwin Schrödinger, Werner Heisenberg, Paul Langevin, Wolfgang Pauli, Paul Dirac, Max Born, Hendrik Lorentz, Paul Ehrenfest e Max Planck, em um momento que ficou para a história!

A fotografia originalmente foi feita em preto-e-branco (alguns destes cientistas nunca chegaram a ser fotografados em cores), mas a artista sueca Sanna Dullaway, em um minucioso e esplêndido trabalho, coloriu digitalmente cada pixel.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

domingo, 18 de janeiro de 2015

UMA HISTÓRIA REAL

Um cavalheiro.
Nem além (porque mesmo sendo um lorde tem gestos simples) e nem aquém (porque nos mínimos detalhes a educação se faz latente).
Gentil, com um simpático e terno sorriso, o senhor de sotaque que desperta atenção para entendermos de onde vem tem 76 anos, mora numa residência modesta para os padrões do bairro, confortável sem grandes luxos, refletindo bom gosto com simplicidade.

Fala fluentemente o português, o francês e o alemão; compreende o espanhol, o italiano e o inglês.
Trineto de um grande brasileiro, nasceu fora do Brasil, numa comuna (unidade básica de organização territorial) francesa, situada nos Alpes Marítimos, na região da Provença-Alpes-Costa Azul (PACA) com cerca de 22.000 habitantes. A partir de 1971 a região passou a se chamar Mandelieu-la-Napoule.

Porém, lá na França, tão distante do Brasil, foi registrado na Embaixada do Brasil, que é território do Brasil e batizado com água da fonte do Largo da Carioca, que foi levada daqui para lá, para este fim, de batizar nosso amigo. Portanto, Brasileiro nato!

Vive no Brasil desde os sete anos de idade; veio com os pais e os irmãos; o avô também era brasileiro mas quando nosso amigo chegou aqui, seu avô não estava junto, havia já falecido, bem como sua bisavó brasileira também; estabeleceram-se aqui e constitucionalmente receberam a cidadania brasileira bem como todos os direitos inerentes a ela.

É que seu trisavô foi expulso deste país, com a esposa, a filha, o genro e três netos.
Ele tinha um cargo no governo; fazia um ano e meio que a escravidão havia sido abolida, mas não havia nenhum escravo em sua residência há mais de quarenta e oito anos; é que quando ele alcançou a maioridade, libertou todos no mesmo dia.

Este trisavô era dócil como seu trineto, possuía um olhar sereno e desde criança muita curiosidade para a ciência, a história, a arte e as grandes invenções. Deixou à posteridade 5.500 páginas de seu diário registradas a lápis em 43 cadernos, além de correspondências, que nos possibilitam conhecer um pouco mais do seu perfil e pensamento.

Lamartine                                           Victor Hugo                             Pasteur




Darwin                             Wagner                                     Longfellow
 

    Nietzsche

Este trisavô é, ainda hoje, um dos políticos mais admirados do cenário nacional, e é lembrado pela defesa da integridade da nação, do incentivo à educação e cultura, pela defesa da abolição da escravidão e pela diplomacia e relações com personalidades internacionais, sendo considerado um príncipe filósofo por Lamartine, um neto de Marco Aurélio por Victor Hugo e um homem de ciência por Louis Pasteur; ganhando a admiração de Charles Darwin, Richard Wagner, Henry Wadsworth Longfellow e Friedrich Nietzsche.





Era católico por tradição, mas se dizia “um viajante em busca da resposta da vida”. Foi um livre pensador fascinado pela filosofia. Onde houvesse possibilidade de novos conhecimentos, viesse de onde viesse, lá estava o seu interesse. Com a mesma facilidade com que participava com naturalidade de festejos que envolviam cultos afros, manifestava curiosidade pelos estudos iniciados da Maçonaria. Também estudava o Espiritismo e o Judaísmo.


Amigo de Camille Flammarion, um dos maiores astrônomos da época, empenhou-se em equipar e reorganizar o atual Observatório Nacional, que se tornou um destacado centro de pesquisas. Primeiro financista de Louis Pasteur, incentivou não somente suas pesquisas como de muitos importantes homens da época. Foi o fundador, mantenedor e incentivador de inúmeras instituições científicas no Brasil, entre as quais se destacam além do já citado Observatório Astronômico, o Instituto Baiano de Agricultura, o Instituto Agronômico de Campinas, o Museu Paraense, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e a Escola de Minas de Ouro Preto.






Observatório Nacional                  Ruinas do  Instituto Baiano de Agricultura




Instituto Agronômico de Campinas                           Museu Paraense 


Escola de Minas de Ouro Preto











Estrada União e Indústria, 
primeira rodovia pavimentada.
Liga Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG)


Em seu tempo de trabalho o Brasil viu sua primeira estrada de rodagem, a "União e Indústria"; a primeira locomotiva a vapor; o cabo submarino ligando o Brasil ao velho continente; aliás, em seu tempo de trabalho do Governo o Brasil teve os primeiros Correios e Telégrafos da América, foi uma das primeiras Nações a instalar linhas telefônicas e o segundo país do globo a ter selo postal. Neste tempo o Brasil possuía a segunda maior Marinha de Guerra do Mundo.



Primeira Locomotiva Brasileira:    "Olho de Boi", Primeiro selo do Brasil,
A Baronesa.                                      Segundo do Mundo.



Defensor da liberdade de expressão, foi caricaturado, cantado, poetizado, criticado, difamado e jamais permitiu que um jornal ou revista fosse fechado. Não existia ainda o salário mínimo, porém a média do salário de um trabalhador sem qualificação era de 25 mil réis, o que hoje equivale a 5 salários mínimos.

Por falar em dinheiro, este trisavô governante fez uma coisa com seu salário que não se viu outra vez feito por outro governante; antes, preciso lhes revelar mas acho que vocês já entenderam, estou falando de Dom Pedro II sim, e o que foi que ele fez com seu salário? Embora o Orçamento Geral do Império tivesse crescido dez vezes entre 1841 e 1889, a dotação da Casa Imperial se manteve a mesma durante todo o seu reinado, isto é, 800 contos de réis anuais. E durante a guerra do Paraguai independentemente dos recursos governamentais já destinados aos soldados e todas as despesas em campo, D. Pedro II destinou ¼ de seu orçamento pessoal em benefício dos soldados no front. 800 contos de réis anuais significava 67 contos de réis mensais; os republicanos ao tomarem o poder estabeleceram para o presidente provisório um ordenado de 120 contos de réis mensais; uma das alegações para a derrubada da Monarquia sempre foi a do suposto custo excessivo da Família Imperial; a verdade é que esta recebia a metade do ordenado do 1º presidente republicano.
Uma outra informação relevante, é que ex-presidentes da república continuam recebendo; viúvas de ex-presidentes também. E alguns casos , já provados, descendentes, não todos, mas alguns também. Imagine o valor total dessas pensões? Numa Monarquia isso não existe, o pagamento é um só, porque não tem viúvas e descendentes de ex-rei, porque rei é rei, não é ex. Morre o rei que recebe aquele salário, assume o filho. a viúva do rei falecido passa a ser sustentada por seu filho, o novo rei.


O abade Louis Compte em 16 de janeiro de 1840 aportou no Rio de Janeiro fez uma demonstração à Dom Pedro II da daguerrotipia (fonte: Jornal do Commercio, de 17 de janeiro de 1840, Rio de Janeiro). No mesmo ano nosso monarca, aos 15 anos encomendou um daguerreótipo, a primeira máquina fotográfica, criada um ano antes. Você tira "selfies"? Conseguiria ficar dez minutos esperando?Pois dez minutos era o tempo que um daguerreótipo precisava para que tirasse uma boa foto.E aqui está uma bela SELFIE de Dom Pedro II feita em 1849, aos 24 anos. 



Como eu estava dizendo no início do texto, Dom Pedro II, o trisavô de nosso amigo, foi deportado deste país, com a esposa, a filha, o genro e três netos; aconteceu numa noite em que um de seus melhores amigos teve que escolher entre trair o Imperador ou trair a corporação da qual era marechal. Mas a história começa bem antes...






A Família Imperial no vapor Gironde, 
partindo para o exílio em 1889.

Em 03 de dezembro de 1870 no Rio de Janeiro foi lançado um manifesto assinado por 59 pessoas (intelectuais, artistas e políticos) criando o “Clube Republicano”.
01- Alfredo Gomes Braga (empregado público)
02 - Alfredo Moreira Pinto (professor)
03 - Antônio da Silva Neto (engenheiro)
04 - Antônio de Sousa Campos (médico)
05 - Antônio José de Oliveira Filho (advogado)
06 - Antônio Nunes Galvão
07 - Antônio Paulino Limpo de Abreu
08 - Aristides da Silveira Lobo (advogado, ex-deputado pela província de Alagoas)
09 - Augusto César de Miranda Azevedo (médico)
10 - Bernardino Pamplona (fazendeiro)
11 - Cândido Barata Ribeiro (médico e político)
12 - Cândido Luís de Andrade (negociante)
13 - Carlos Americano Freire (engenheiro)
14 - Cristiano Benedito Ottoni (engenheiro, ex-deputado pela província de Minas Gerais)
15 - Eduardo Baptista R. Franco
16 - Eduardo Carneiro de Mendonça
17 - Elias Antônio Freire (negociante)
18 - Emílio Rangel Pestana (negociante)
19 - Félix José da Costa e Souza (advogado)
20 - Flávio Farnese (advogado e jornalista)
21 - Francisco Antônio Castorino de Farias (funcinário público)
22 - Francisco Carlos de Brício
23 - Francisco Leite de Bittencourt Sampaio (advogado, ex-deputado pela Província de Sergipe)
24 - Francisco Peregrino Viriato de Medeiros (médico)
25 - Francisco Rangel Pestana (advogado e jornalista)
26 - Gabriel José de Freitas (negociante)
27 - Galdino Emiliano das Neves
28 - Henrique Limpo de Abreu (advogado, ex-deputado pela Província de Minas Gerais)
29 - Jerônimo Simões (negociante)
30 - João Baptista Lupez (médico)
31 - João de Almeida (jornalista)
32 - João Vicente de Brito Galvão
33 - Joaquim Garcia Pires de Almeida (jornalista)
34 - Joaquim Heliodoro Gomes (funcinário público)
35 - Joaquim Maurício de Abreu (médico)
36 - Joaquim Saldanha Marinho (advogado, ex-presidente das Províncias de Minas Gerais e de São Paulo, ex-deputado pela de Pernambuco)
37 - José Caetano de Morais e Castro
38 - José Jorge Paranhos da Silva (advogado)
39 - José Lopes da Silva Trovão (médico)
40 - José Maria de Albuquerque Melo (advogado, ex-deputado pela Província do Rio Grande do Norte)
41- José Teixeira Leitão (professor)
42 - Júlio César de Freitas Coutinho (advogado)
43 - Julio Valentín Gutiérrez (negociante)
44 - Lafayette Rodrigues Pereira (advogado, ex-presidente das províncias do Ceará e do Maranhão)
45 - Luís de Sousa Araújo (médico)
46 - Macedo Sodré (negociante)
47 - Manuel Benício Fontenelli (advogado, ex-deputado pela Província do Maranhão)
48 - Manuel Marques da Silva Acauan (médico)
49 - Manuel Marques de Freitas
50 - Máximo Antônio da Silva
51 - Miguel Vieira Ferreira (engenheiro)
52 - Octaviano Hudson (jornalista)
53 - Paulo Emílio dos Santos Lobo
54 - Pedro Antônio Ferreira Viana (advogado e jornalista)
55 - Pedro Bandeira de Gouveia (médico)
56 - Pedro Rodrigues Soares de Meireles (advogado)
57 - Quintino Bocaiúva (jornalista, a quem é atribuída a redação do Manifesto)
58 - Salvador de Mendonça (jornalista)
59 - Tomé Inácio Botelho 


Não constava no manifesto qualquer desejo de extinção da escravidão.
Em 1873 surgiu o Partido Republicano Paulista, que afirmava que a escravidão deveria ser tratada pelos monarquistas.

Boa parte dos republicanos paulistas eram fazendeiros proprietários de escravos. A maior parte dos republicanos tinha por objetivo esperar a morte de Pedro II e por meios pacíficos (como um plebiscito), impedir o reinado da Princesa Isabel. Os republicanos não desejavam qualquer reajuste social (como melhorar a condição de vida dos ex-escravos) e não eram revolucionários. O movimento republicano teve evolução lenta e irregular, concentrado nas províncias ao sul da Bahia, mais precisamente nas províncias de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Essa questão dos escravos incomodou o Imperador desde sempre, não só como um homem de grandes conhecimentos e mente aberta, mas também como cristão e governante; para ele era um grave erro manter o regime escravocrata no Brasil. Entretanto, sabia perfeitamente que seria impossível abolir a escravidão de uma forma simples e direta, primeiro porque a Monarquia no Brasil sempre foi Constitucional e Parlamentar, segundo porque acreditava que tal ato viria a causar uma guerra civil, uma vez que os homens poderosos do País eram escravocratas e suas fazendas estavam sustentadas na escravidão.

O que é uma Monarquia Parlamentar Constitucional?
Diferente das antigas Monarquias absolutas onde o rei governava por decretos, ditadura e abusos, na Monarquia Parlamentar Constitucional existem quatro poderes: Legislativo, Judiciário, Executivo e Moderador. O Legislativo é a Câmara e o Senado; o Judiciário, os juízes do Supremo Tribunal Federal; o Executivo, o Primeiro Ministro; e o Moderador, o Rei. Como funciona? Legislativo e Judiciário eram como hoje, congressistas votando leis, juízes fazendo-se cumprir a lei; só que o executivo, ao contrario de ser um presidente é exercido por um Primeiro Ministro (ou Presidente do Conselho de Ministros). Os deputados eram assim como hoje, eleitos pelo povo, para mandatos temporários, já os senadores, era eleito um numero de candidatos em cada província (hoje Estado) e o Imperador escolhia um de cada Estado a partir da lista que o povo elegia. O cargo era vitalício (hoje é temporário, mas vemos muitos no poder por décadas, pois se reelegem inúmeras vezes); o Primeiro Ministro era nomeado pelo rei, e por isso a qualquer momento podia também ser demitido, o que acontecia sempre que o povo estivesse insatisfeito com o então Primeiro Ministro. Então o rei era o moderador, e ouvindo aos apelos populares trocava de Primeiro Ministro. Podia constitucionalmente inclusive destituir todo o congresso nacional e convocar novas eleições, mas isso não acontecia no governo deste rei ponderado e conciliador.

Então, como estava dizendo, por ser uma Monarquia Parlamentar Constitucional todas as leis eram votadas no Congresso, então a abolição dos escravos também deveria passar pelo crivo da Câmara e do Senado. Dessa forma, Dom Pedro realizou um projeto de extinguir a escravidão por etapas, primeiro, como já contei, por uma iniciativa pessoal sua, ao ser declarado maior de idade aos 15 anos (2 de dezembro de 1840) deu carta de alforria aos seus quarenta escravos bem antes de sua coroação em 18 de julho de 1841.




Dom Pedro II aos 15 anos



O tempo foi passando e aproveitando a crise com a Grã-Bretanha durante a década de 1840 pressionou o congresso a extinguir de fato o tráfico de escravos, chegando a ponto de ameaçar abdicar a ter que manter o comércio de pessoas. Seu esforço revelou-se frutífero e em 4 de setembro de 1850 foi promulgada uma lei que tornou o tráfico ilegal.
Logo após este feito tentava novamente convencer o congresso a abolir a escravidão, o problema é que a maioria dos deputados e senadores eram grandes fazendeiros e perderiam muito com a abolição.
São da década de 1860 estas palavras de Dom Pedro:
"A emancipação dos escravos, consequência necessária da abolição do tráfico, não é senão uma questão de forma e de oportunidade. Quando as circunstâncias penosas [referia-se à Guerra do Paraguai] em que se encontra o país o permitirem, o Governo Brasileiro considerará objeto de primeira importância a realização daquilo que o espírito do Cristianismo há muito reclama do mundo civilizado".

O próximo passo era libertar os nascituros, a demora realmente se deu por causa do conflito com o Paraguai. Dom Pedro revelou sua ideia publicamente na “Fala do Trono” (Discurso periódico do rei no parlamento) de 1866, sendo duramente atacado não só pelos políticos, mas também pela sociedade em geral, que alegava que libertar todo filho de escravo que nascesse a partir daquela data seria um "suicídio nacional”. Mesmo assim conseguiu grande apoio e a nova lei foi promulgada em 18 de setembro de 1871 e todo aquele que nascesse após aquela data nasceria livre. A Lei se chamou "Lei do Ventre Livre".

Seu próximo projeto foi à libertação dos escravos sexagenários. Não havendo mais escravos a nascer e os idosos sendo libertados, seria questão de tempo até que a escravidão deixasse de existir em território nacional, ao mesmo tempo em que não abalaria a economia e permitiria aos agricultores buscarem formas alternativas de mão de obra. Fora o Imperador quem escolheu Manuel Dantas e em seguida, após a queda deste, Antônio Saraiva, que conseguiu promulgar em 28 de setembro de 1885 a "Lei dos Sexagenários".


Dom Pedro II não teve participação na promulgação da Lei Áurea ocorrida três anos depois por sua filha e herdeira, Dona Isabel, por estar em viagem a Europa, tratando da saúde.





Princesa Isabel do Brasil


Além de tantas qualidades, exímia desenhista, autora de obras belíssimas como esta ao lado, que ela desenhou aos 16 anos.

Fazia parte de todo este projeto indenizações para os e escravos, para começarem a vida nova, pois sabia o Imperador que seria difícil conseguirem empregos, moradias e recursos, por conta do racismo e segregação (pois se até hoje, 126 anos depois, ainda existe racismo, imagine quando da recém libertação?) mas o congresso sempre foi contra, pois como grandes escravocratas, os parlamentares defendiam que eles sim, que deveriam ser indenizados pela perda de mão de obra (o que também não houve).

A Monarquia Brasileira tinha três sustentáculos: Os fazendeiros, a Igreja e o Exército.
A Igreja já há algum tempo estava rompida com Dom Pedro por ele ser defensor de um Estado Laico (ao contrario do que dizem os republicanos, de que a Monarquia e a Igreja não rompem); desde o período colonial, a Igreja Católica, enquanto instituição, encontrava-se submetida ao Estado. Isso se manteve após a independência e significava, entre outras coisas, que nenhuma ordem do Papa poderia vigorar no Brasil sem que fosse previamente aprovada pelo imperador ("Beneplácito Régio"). Ocorre que, em 1872, Vital Maria Gonçalves de Oliveira e Antônio de Macedo Costa, bispos de Olinda e Belém do Pará respectivamente, resolveram seguir, por conta própria, as ordens do Papa Pio IX, que excluíam, da igreja, os maçons. Como membros de alta influência no Brasil monárquico eram maçons (alguns livros também citam o próprio Dom Pedro II), a bula não foi ratificada.

Os bispos se recusaram a obedecer ao imperador e foram presos. Em 1875, graças à intervenção do também maçom Duque de Caxias, receberam o perdão imperial e foram libertados. Contudo, no episódio, a imagem do império desgastou-se junto à Igreja Católica. E este foi um fator agravante na crise da monarquia, pois o apoio da Igreja Católica à monarquia sempre foi essencial à subsistência da mesma.

Já o apoio dos fazendeiros foi perdido quando da abolição da escravatura. A Princesa Isabel ouviria do Barão de Cotegipe:
- Sua Alteza sabe que com esta lei perdeste o trono, não?
Ao que ela respondeu: - "Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria pelo fim da escravidão”.
Foi exatamente o que aconteceu.

Charge de Bordalo Pinheiro de 1875 fazendo referência à anistia dos bispos. A legenda dizia:
"Afinal, deu a mão à palmatória."

Voltando na questão dos partidos republicanos, que nunca foram proibidos nem perseguidos, o único grupo republicano que possuía alguma notoriedade era o Partido Republicano Paulista, que conseguiu eleger apenas dois deputados gerais em 1884 e nenhum na última legislatura do Império em 1889. Porém o numero de membros do partido aumentou após 1888, com a adesão de fazendeiros que se sentiram injustiçados pela extinção da escravidão sem qualquer tipo de indenização. Ainda assim, em 1889 os republicanos declarados era uma pequena minoria
O partido não tinha tamanho, organização e apoio popular suficientes para derrubar o regime monárquico através da consulta popular, e eles queriam esta república deste modo, com a aclamação do povo, através de plebiscito. Como na Monarquia. Explico:
Quando o rei Brasileiro era coroado passava a assinar assim: “Sua Majestade Imperial, Dom XXXXXX, pela Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.”

Ou seja... Um rei neste País NÃO TOMA o poder, ele É ACLAMADO pelo povo. Guarde esta informação, pois eu tenho uma notícia que talvez você não conheça e fique espantado, direi logo mais.

Pois bem, os republicanos CIVIS não queriam e nem pretendiam tomar o poder pelas armas, mas serem aclamados também.
Quando da época do Manifesto Republicano em 1870 O Marquês de São Vicente, então Presidente do Conselho de Ministros, sugeriu ao Imperador que fosse proibido o ingresso de republicanos na carreira pública, prática comum nas monarquias.
O Imperador sempre se recusou a proibir que republicanos tivessem cargos públicos e inclusive empregou Benjamin Constant como professor de matemática de seus netos. Permitia as manifestações de republicanos, fossem em jornais, comícios, reuniões ou partidos, e inclusive isentou os deputados republicanos de jurarem fidelidade a coroa.

Em 1887 a saúde de Dom Pedro II havia piorado consideravelmente e os ataques de febre haviam se tornado comuns. Seus médicos pessoais sugeriram uma viagem a Europa para tratamento médico. Ao embarcar, foi saudado por uma multidão nada republicana, que gritava:
- Viva Sua Majestade o Imperador do Brasil!
Partiu em 30 de junho de 1887, com a esposa e um dos netos. Sua filha Isabel tornou-se regente em seu lugar.

Permaneceu pouco tempo em Portugal e foi para Paris.
Lá recebeu as visitas de Pasteur, Ambroise Thomas, Levoisieur, François Coppée, Dumas Filho, Arsène Houssaye, Guerra Junqueira, de dois netos de Victor Hugo, dentre outros.
Pedro II visitou seu velho amigo Michel Eugène Chevrel que estava então com 102 anos de idade.
O monarca foi examinado pelos médicos franceses Charles-Édouard Brown-Séquard, Jean-Martin Charcot e Michel Peter que recomendaram uma visita as estações de cura em Baden-Baden. Permaneceu em Baden-Baden por 2 meses e lá encontrou-se com velhos conhecidos como Guilherme I da Alemanha e Leopoldo II da Bélgica. Também visitou o túmulo de sua filha Dona Leopoldina (mesmo nome de sua mãe) em Coburgo; Dona Leopoldina havia se casado com Dom Luís Augusto, príncipe alemão de Saxe-Coburgo-Gota e faleceu com 23 anos incompletos em 1871.

Dona Leopoldina e Dom Luís Augusto.

Voltando à viagem de Dom Pedro para tratamento de saúde, o monarca retornou a Paris em 8 de outubro de 1887, com a saúde aparentemente reabilitada e encontrou-se com suas irmãs Dona Januária e Dona Francisca.
De lá partiu para Itália onde foi convidado para um jantar com o rei da Itália, a rainha da Inglaterra e a rainha da Sérvia.
Em Florença inaugurou a obra “Independência ou Morte” do pintor brasileiro Pedro Américo na presença de vários outros monarcas.
Em Milão encontrou-se com Cesare Cantù.

A saúde do imperador piorou dramaticamente em Milão em 3 de maio de 1888, e passou duas semanas entre a vida e a morte, chegando a receber a extrema-unção.
Chamaram Jean-Martin Charcot de Paris que ao chegar injetou na veia do monarca cafeína, resultando numa melhora de seu estado de saúde.
Apenas em 22 de maio de 1888, recebeu a notícia de que a escravidão havia sido abolida no Brasil, nove dias depois.
Estava deitado na cama extremamente fragilizado e com a voz fraca e lágrimas nos olhos falou:
“Grande povo! Grande povo!”

Dom Pedro II retornou ao Brasil e desembarcou no Rio de Janeiro em 22 de agosto de 1888. Foi recebido com um entusiasmo jamais visto. Da corte, das províncias, de toda parte, chegavam-lhe provas de carinho. Segundo notícias, “a emoção dos que o viram desembarcar, alquebrado, magro, o corpo curvado, as pernas fracas, foi a mais profunda.”


Lei Áurea


Grandiosas foram as manifestações gerais de simpatia que acolheram o Imperador e a Imperatriz por ocasião de sua chegada da Europa, nenhuma instituição ou facção política ou partido, ou ideologia, podia pretender estar tão forte quanto a Monarquia no Brasil. Ex escravos inclusive manifestavam lealdade a monarquia e se opunham veementemente aos republicanos, a quem chamavam de “os paulistas”.
Pedro II havia atingido o ponto de sua maior popularidade entre os brasileiros.

Mas “peraí”... Se ele estava envelhecido, doente, com saúde debilitada... que esperança o povo tinha num Imperador assim?
Quanto tempo ele ainda viveria? E o que seria depois? Viria um tirano? Um déspota? Ou talvez um fantoche?


Não... Este é mais um dos pontos bons da Monarquia... o próximo governante está desde criança sendo preparado para governar. A Princesa Isabel estava trabalhando com seu pai, atuando desde sempre, e a popularidade dela era imensa após a Lei Áurea, e o apoio do povo era total (levando-se em conta que os republicanos faziam barulho mas eram abafados pela sempre aclamação do povo por Dom Pedro II e a Família Imperial.




Dom Pedro II e Dona Tereza Cristina sentados.
Em pé as princesas Dona Isabel e Dona Leopoldina
com seus respectivos esposos:
Dom Luiz Gastão de Orleans 
e Dom Luis Augusto de Saxe Coburgo

Um rei não pode ser corrupto, porque é o seu filho quem governará depois e sofrerá as consequências.
Numa república, há sempre aquela coisa do governante deixar uma obra inacabada ou projeto começado e o outro não dar continuidade por brigas partidárias; na Monarquia isso não acontece, porque existe uma Dinastia, e o Monarca que sucede ao outro, já estava trabalhando naquilo antes mesmo de ser coroado, porque os príncipes trabalham com o rei.



Dom Pedro II e a Imperatriz Consorte Dona Tereza Cristina das Duas Sicílias; Dona Isabel e o Conde D'Eu, Gastão de Orleans e Bragança; Príncipes Dom Luiz, Dom Pedro e Dom Antonio (filhos da Princesa Isabel)
Esta alegoria foi feita muitos anos após o banimento, pois em 1889 o filho mais velho da Princesa Isabel contava quatorze anos. 

Outro boato que os republicanos espalhavam, era que caso Dom Pedro morresse, Dom Luís Gastão de Orléans, o Conde D’Eu, seu genro, reinaria em seu lugar e o Brasil teria um rei estrangeiro. Isso é uma mentira. Se a república não fosse proclamada, ao morrer Dom Pedro, a Princesa Isabel seria coroada Imperatriz, e o Conde D’Eu, Imperador Consorte, sem poder de governança.

Mas voltando... O fim da escravidão resultou no apoio explícito dos ricos fazendeiros de café (que de fato detinham o poder político, econômico e social no país) ao republicanismo. Como não havia no coração da grande massa qualquer desejo pela mudança na forma de governo, os republicanos passaram a pressionar o Exército a derrubar a monarquia.

Rui Barbosa, ex deputado, que se recusara a integrar o Conselho de Ministros de Afonso Celso por este não pretender resolver questões de reforma da federação, escreveu um artigo chamado "Plano contra a Pátria", o qual chamou a atenção dias antes, de Benjamin Constant que lhe disse: "Seu artigo de hoje, Plano contra a Pátria, fez a República e me convenceu da necessidade imediata da revolução."

Capa do livro em quadrinhos escrito por Lilian Moritz Schwarcs e desenhos de Angeli, "República Vou ver". Na ilustração, O Império sustentado pelos escravocratas, a igreja, o Exército e os políticos cuja maioria também era escravocrata. Aliás, muitos militares também eram fazendeiros escravocratas e pasmem... A Igreja possuiu escravos. Pesquisem.

Em 9 de Novembro de 1889 aconteceu o famoso Baile da Ilha Fiscal, promovido em homenagem aos tripulantes do couraçado chileno Almirante Cochrane, na verdade foi algo que Dom Pedro fez pensando em satisfazer os grandes fazendeiros e políticos, que estavam insatisfeitos com a abolição; com um grande baile qual jamais em 49 anos de Governo havia feito, Dom Pedro que sempre foi comedido e simples, não mediu esforços e nem gastos para tentar recuperar o prestigio dos que estavam deixando de apoiá-lo.



Menu do baile


O que era a Ilha Fiscal?
Um lindo castelo neo-gótico, em pé ainda hoje, aberto a visitação, a 200 metros do Centro do Rio de Janeiro, construído em abril de 1889 pelo Ministério da Fazenda, destinado à Alfândega. Para posto de vigilância aduaneira do Império
.
Além de ter dado o maior baile de todos os tempos do Império para os fazendeiros que continuaram a não apoiá-lo, os jornais de todo o Brasil noticiavam todo tipo de crítica destrutiva. Até hoje se comenta o quanto se gastou, enquanto ninguém que critica, compara com o que se gasta em grandes superfaturamentos, concorrências, lóbis, licitações, compras de votos, votos de aumentos do próprio salário, cartões corporativos, financiamentos particulares diversos com dinheiro público, funcionários fantasmas, favorecimentos ilícitos e etc.

Enfim, foi um erro.
Os republicanos reclamaram da extravagância, mas estavam lá, aproveitando e tramando.
Mesmo assim, o povo, que saberia tudo depois pelos jornais, quanto se gastou, o que comeram, o que beberam, o que vestiram, continuava amando seu Imperador e aclamando-o.

     
Bilhetes de Ingresso ao Baile, olha só aquele último... O Republicano Ruy Barbosa! 

Paralelamente, naquela mesma noite, militares republicanos estavam reunidos com o Comandante do Exército, Coronel Benjamin Constant Botelho de Magalhães, líder positivista, para decidir a data da proclamação da República.
Começavam a chegar os primeiros imigrantes para substituir a mão de obra antes escrava e os fazendeiros atiçavam o Exército contra o Governo, pois além de perderem seus escravos estavam revoltados por ter que pagar por mão de obra.
Os militares cederam ao veneno, insatisfeiros também por não possuírem uma autonomia de tomada de decisão sobre a defesa do território, estando sujeitos às ordens do imperador e do Gabinete de Ministros, formado por civis, que se sobrepunham às ordens dos generais.



Coronel Benjamin Constant Botelho de Magalhães,
Comandante do Exército em 1889.

Dois dias depois, na casa de Rui Barbosa, alguns oficiais, incluindo Benjamin Constant e o Marechal Deodoro da Fonseca, além de outros dois civis, Quintino Bocaiúva e Aristides Lobo, foi confirmada a realização do golpe para o dia 20 de Novembro, dali nove dias, quando o Congresso Nacional recém eleito voltaria do recesso. Foi à única reunião que contou com a participação dos republicanos civis e Deodoro não desejava a presença dos mesmos no que considerava um problema militar. Deodoro ainda hesitava e falou:
- Eu queria acompanhar o caixão do Imperador, que está velho e a quem respeito muito.
Mas acabou cedendo depois de pressionado.



Ruy Barbosa,
Aristides Lobo
Marechal Deodoro


Os civis republicanos espalharam o boato de que Benjamin Constant havia sido preso e conseguiram que os militares antecipassem a quartelada; às 23 horas do dia 14 de novembro de 1889, Deodoro foi tirado da cama, convalescente de uma dispneia (falta de ar), assumiu o comando de 600 homens, cuja maioria não sabia o que estava ocorrendo ou acreditava que iria se defender de um ataque da Guarda Nacional ou da Guarda Negra. Alguns poucos republicanos deram vivas a república, mas Deodoro mandou-os calarem a boca.

O então Presidente do Conselho de Ministros (ou 1º Ministro), Afonso Celso, Visconde de Ouro Preto, ao saber da revolta partiu com os demais ministros do Gabinete para o Quartel-General do Exército que se localizava no Campo de Santana (Depois Campo da Aclamação, Hoje Praça da República, no Rio).


Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto.

As tropas supostamente leais eram maiores e melhores armadas que as rebeldes. O Chefe da Segurança do Presidente do Conselho de ministros, Marechal Floriano Peixoto, garantiu a Ouro Preto a lealdade de suas tropas, mas era secretamente aliado dos revoltosos.

O chefe da segurança do Primeiro Ministro, Marechal Floriano Peixoto e o Ministro da Guerra Rufino Enéias, Visconde de Maracajú (primo de Deodoro), traíram o Imperador, abriram os portões do Quartel-General para o Marechal Deodoro, ansiosos para ouvir a Proclamação da República, mas Deodoro gritou:
"Viva Sua Majestade o Imperador!"

Diante de seiscentos militares e uma minoria de republicanos civis Deodoro apenas encontrou-se com Ouro Preto e afirmou que enviaria pessoalmente ao imperador uma lista com nomes que iria, ainda iria, indicar para um novo gabinete.

Para a decepção dos republicanos civis e militares, Deodoro não havia proclamado a República e dava a entender que iria apenas derrubar o Conselho de Ministros. Toda a alegoria, as cenas, as pinturas que conhecemos da Proclamação da República é uma mentira.
Deodoro não tinha certeza de que deveria agir contra Dom Pedro II e os próprios rebeldes não acreditavam na possibilidade de sucesso do golpe. Quem queria o golpe realmente eram Benjamin Constant e Floriano Peixoto, mas não tinham coragem de fazê-lo e precisavam de um "idiota útil", ou como se diz popularmente, "Um laranja", e sabiam do espírito intempestivo e de agir por impulso no calor do momento, de Deodoro da Fonseca, além da popularidade de Herói da Guerra do Paraguai e amigo do Imperador.

Marechais Floriano Peixoto e Rufino Enéas

As poucas pessoas que presenciaram a movimentação de tropa não sabiam o que estava ocorrendo e nas palavras do republicano Aristides Lobo, elas assistiram tudo "bestializadas":
- Raramente uma revolução havia sido tão minoritária.

Na manhã do dia 15 de novembro de 1889, Dom Pedro II estava em Petrópolis quando recebeu um primeiro telegrama do Visconde de Ouro Preto avisando da rebelião, mas não deu importância ao fato. O monarca recebeu um segundo telegrama as 11 da manhã quando saia da missa em homenagem aos 45 anos da morte de sua irmã Dona Maria II de Portugal e decidiu retornar ao Rio de Janeiro. A Imperatriz Dona Tereza Cristina demonstrou preocupação e ele apenas respondeu: - Qual, senhora, chegando lá isso acaba!

Viajou de Petrópolis ao Rio de trem, lendo jornais e revistas científicas, sem imaginar a gravidade da situação e chegou ao paço da cidade as 3 da tarde. André Rebouças sugeriu que Dom Pedro partisse para o interior para organizar a resistência. O Marquês de Tamandaré pediu a permissão do imperador para liderar a Armada para atacar as tropas de Deodoro. Dom Pedro simplesmente ignorava todos os pedidos para resistir e falou:
- Isso é fogo de palha, conheço meus patrícios!
Também perguntou ao senador conservador Manuel Francisco Correia o que achava da situação. Correia respondeu que acreditava que era o fim da monarquia.

O Visconde de Ouro Preto chegou ao paço às 4 da tarde e sugeriu ao Imperador, pensando em alguma solução, que nomeasse o senador Gaspar da Silveira Martins em seu lugar como Primeiro Ministro, para acalmar a revolta. Pensando que o problema era realmente a sua gestão no Ministério.

Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré

Os republicanos já haviam entendido, assim como os militares, que Deodoro era manipulável, então levaram até ele a notícia de que Silveira Martins, seu inimigo e desafeto, já se tornara Presidente do Conselho de Ministros.

Deodoro queria evitar encontrar-se pessoalmente com Dom Pedro, mas envenenado mais uma vez pelos republicanos, revoltou-se ao saber que o imperador havia escolhido um inimigo seu e decidiu finalmente pela instauração da República. (Quando servia no Rio Grande do Sul, Deodoro disputou com Gaspar Silveira Martins, uma lindíssima gaúcha, e perdeu.) A manipulação sobre Deodoro não tinha limites, e também lhe foi dito que Ouro Preto havia decretado a prisão preventiva de Deodoro e Benjamin Constant; acreditando, rompeu de vez os laços com a Monarquia, escreveu a declaração de proclamação que foi levada para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Se já não bastasse as traições do Comandante do Exército, Coronel Benjamin Constant; do herói nacional Marechal Deodoro, de grande prestigio pelos feitos na guerra do Paraguai, amigo do Imperador e chefe do Clube Militar afastado devido a saúde precária; do Chefe da Segurança do Primeiro Ministro, Marechal Floriano Peixoto; do Ministro da Guerra, Visconde de Maracajú; agora também a de José do Patrocínio, que um ano e meio antes jurou fidelidade à Princesa Isabel, criou a Guarda Negra, com 1500 capoeiras que juraram lealdade total à Princesa Redentora para garantir-lhe o trono com a vida.

José do Patrocínio

Pois bem (ou pois mal), Deodoro escreveu a Declaração de Proclamação da República, enviou à Câmara Municipal, onde lavraram uma ata, dirigida por José do Patrocínio, que numa de suas comuns mudanças de opinião sempre para o lado que mais o intimidasse, declarou solenemente proclamada a República no Brasil, traindo sua redentora.



Dizia o documento, entre outras coisas, o seguinte:
"O povo, reunido em massa na Câmara Municipal, fez proclamar, na forma da lei ainda vigente, pelo vereador mais moço, após a revolução que aboliu a monarquia no Brasil, o governo republicano". Esta parte do documento queria dizer que foi uma “aclamação” conforme queriam os republicanos, para se satisfazerem de que não foi dado um golpe, mas foi dado, porque a população Brasileira estava por volta de dez milhões de pessoas em 1889 e naquele lugar naquele dia havia algumas dezenas de pessoas somente; a aclamação do povo deve ser feita em forma de Plebiscito, o que foi feito somente em 1993 mas esta historia eu ainda vou lhes contar... Prometo.

Logo a seguir, o documento, ou moção,  solicitava uma proclamação para valer a quem de fato detinha o poder: "Convencidos de que os representantes das classes militares, que virtualmente exercem as funções de governo no Brasil, sancionarão este ato, esperam os abaixo-assinados a pronta e imediata proclamação da República.” Os "abaixo-assinados" se intitulavam "os órgãos espontâneos da população do Rio de Janeiro".

A Ata foi levada ao Marechal Deodoro que assinou os primeiros atos que estabeleciam o regime republicano e federativo.
Vejam que coisa, um grande grupo de militares, alguns vereadores e dois ou três cidadãos republicanos fizeram a moção que o Exército assinou. Esta foi a proclamação desta república!

Por que os vereadores e não os Deputados? Porque como antes mencionado, o novo congresso estava recém eleito e se encontrava em recesso, só se reuniria no dia 20.

Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro

Por esta razão, a Princesa Isabel insistia com o pai para que convocasse o Conselho de Estado para discutir a questão, mas sempre ouvia como resposta:
- Mais tarde.
A princesa, por conta própria, chamou os conselheiros. O Conselho de Estado reuniu-se às 11 da noite e após duas horas sugeriram a Dom Pedro que nomeasse Antonio Saraiva para a Presidência do Conselho de Ministros ao invés de Gaspar Silveira Martins. Saraiva aceitou o cargo e enviou um emissário para dialogar com Deodoro, que recebeu como resposta que era tarde demais.

Foi enviada ao Imperador uma carta/telegrama através do Coronel Mallet exigindo seu exílio., Abaixo um trecho da mesma:
"... o governo provisório espera de vosso patriotismo o sacrifício de deixardes o território brasileiro, com a vossa família, no mais breve possível. Para esse fim se estabelece o prazo máximo de vinte e quatro horas que contamos não tentareis exceder".

O Major Sólon Ribeiro se encarregou de levar o telegrama a Dom Pedro, que teve de ser acordado, em Petrópolis, pois mesmo depois de proclamada a República, ninguém quis levar a carta.

Na pintura o Major Solon Ribeiro entrega a carta de Exílio a Dom Pedro II.
Desconheço, por enquanto, o autor da pintura.

O Governo republicano temia que no dia 17, uma segunda-feira, ocorressem manifestações a favor do imperador.

Dom Pedro tinha o direito de prender a todos e manter-se constitucionalmente no trono, pois assim dizia no Código Criminal do Império do Brasil:
“Artigo 87: Tentar diretamente, e por fatos, destronizar o imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo."

Mas Dom Pedro não deu ordem de prisão, não decretou represálias e nem retaliações, e não quis oferecer resistência. Com toda a família desceu de volta ao Rio e aguardou no Paço.

Quando Pedro II saiu do paço pela manhã, os soldados do lado de foram apresentaram instintivamente as armas e ele correspondeu erguendo o seu chapéu. Alguns amigos mais próximos partiram com a Família Imperial por vontade própria para o exílio, incluindo André Rebouças e Franklin Dória, Barão de Loreto. Pouquíssimas pessoas viram a partida. Foram trasladados para o vapor Parnaíba e em seguida para o navio Alagoas, de onde partiram para a Europa quase um dia depois, a uma hora da madrugada de 18 de novembro.

Paço Imperial - Foto de Halley Pacheco de Oliveira



Antes de seguir definitivamente, Pedro II enviou uma mensagem curta ao seu fiel amigo Tamandaré, que permaneceu ao seu lado o tempo todo: "O que está feito, está feito. Resta estabelecer a ordem e consolidar as vossas instituições".
Ao saber da partida, Benjamin Constant falou: "Está cumprido o mais doloroso dos nossos deveres."

No Estado do Maranhão, os cidadãos afrodescendentes, que sentiram as agruras da escravidão, correram às ruas da capital com a bandeira do Império e dando vivas à Princesa Isabel. Foram dispersos pelo alferes Antônio Belo, com o saldo de três mortos e alguns feridos.


A Família Imperial pouco tempo antes do exílio

Antes de viajar, no dia 17 de novembro, Dom Pedro II escreveu uma mensagem para o Povo Brasileiro:
"Cedendo o império as circunstâncias, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século, em que desempenhei o cargo de chefe de Estado. Ausentando-me, eu com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade".

Dom Pedro II escreveu um bilhete pedindo que lhe trouxessem um exemplar de “Os Lusíadas” que ganhara do Senador Mafra, este livro se encontrava no Palácio de São Cristovão. A obra era uma raridade; além de ser uma primeira edição (1572), tinha um autógrafo de Camões. Foi a única coisa que pediu que buscassem (mais tarde já na Europa, ele mandou buscar alguns objetos pessoais e na iminência de ver documentos e livros importantes e raros serem leiloados ou destruídos ele doou tudo para a Biblioteca Nacional).

Saíram com roupas apenas, como para uma viagem. As joias da coroa, móveis, artes, objetos, tudo ficou, estão no Museu Imperial de Petrópolis; e as coleções científicas de Dom Pedro: relíquias diversas que ele sempre amou colecionar estão no Museu da Quinta da Boa Vista.

Consta que seu único pedido ao deixar o país foi levar um travesseiro cheio da terra brasileira, para repousar sua cabeça na hora da morte. Não aceitou a indenização de cinco mil contos de réis, equivalente a 4.500kg de ouro, que lhe foi oferecida pelos insurgentes.
- Não sei com que autoridade esses senhores dispõem dos dinheiros públicos! – disse o monarca

E assim partiu Dom Pedro, esposa, filha, genro e netos.
Na comitiva que acompanhava a família imperial, estavam André Rebouças, o conde de Carapebus, o barão de Loreto e sua esposa, Maria Amanda Paranaguá Dória, o visconde de Ouro Preto e seu filho e o conde de Mota Maia. Augusto Leopoldo, sobrinho de Dom Pedro encontrava-se a bordo do cruzador Almirante Barroso, em viagem de circunavegação. O pai desse, Luís Augusto, residia na Áustria desde o falecimento de Dona Leopoldina, irmã de Dona Isabel.
Enquanto isso no Brasil, o povo soube que não tinha mais um Imperador através dos jornais, pelas noticias correndo de boca em boca e também pelo desfile de soldados pelas ruas esperando de alguma maneira serem ovacionados, coisa que não aconteceu. Assustados, preocupados, pegos de surpresa ao saber que a proclamação da República foi uma quartelada cada lugar deste País que recebia a notícia se entristecia. O povo nunca pediu uma república, quem pedia era uma minoria.
Neste país desde sempre as minorias militantes se queixam de serem minorias, mas elas sempre determinaram os rumos.

Devido a maioria do povo continuar declarando lealdade a um Imperador deportado, precisaram instaurar a ditadura, o exército dominava tudo tanto no Rio de Janeiro quanto nos estados. A liberdade de impressa desapareceu e as eleições eram controladas por aqueles que estavam no poder. O regime republicano que se seguiu a monarquia deposta revelou-se extremamente instável.
Em 125 anos de existência, a República brasileira enfrentou doze estados de sítio, dezessete atos institucionais, seis dissoluções do Congresso, dezenove revoluções militares, duas renúncias presidenciais, três presidentes impedidos de tomar posse, quatro presidentes depostos,  sete Constituições diferentes, quatro ditaduras e nove governos autoritários.


Em Canudos, no Sertão Baiano, cento e cinquenta mil pessoas foram mortas por viverem sob a influência do líder Antonio Conselheiro que não aceitava a República. Religiosos, fanáticos, seja lá como for, não representavam perigo para o governo.

Para quem ainda quer mais noticias sobre escravidão, Ruy Barbosa, então Ministro da República incinerou TODOS os documentos onde constavam compras e vendas de escravos, registros, batismos, e outros; o intuito era atrapalhar os ex donos de escravos de provarem que tinham algo pelo que reivindicar  indenização; porém com isto, queimando todo o tipo de documento referente aos ex escravos, as famílias afrodescendentes jamais puderam consultar e encontrar suas histórias, suas raízes.

Você, afrodescendente, por causa deste episódio, por mais que pesquise só consegue conhecer sua genealogia até 1890, porque este senhor que sempre gostou de ser aplaudido e idolatrado, bastião da civilidade, moral, bons costumes e outras coisas, não mediu esforços para apagar os arquivos onde constavam os nomes de seus ancestrais desde África até a abolição da escravatura.
Com estes papéis que Ruy Barbosa queimou, você poeria hoje ir aos arquivos históricos e conhecer suas origens. Mesmo que um filho nascido numa fazenda fosse vendido a outra em outro estado e seu neto idem, tudo isso era registrado.

Acho justo enfatizar que Ruy Barbosa queimou os arquivos contra os escravocratas, não contra os ex escravos e seus descendentes, mas o problema é que prejudicou estes últimos.

Pausa para silêncio e reflexão para toda essa história ser digerida e pensarmos um pouco se realmente tudo isso foi bom. Não só estas últimas informações, mas TODA a história da Proclamação da República e tudo o que ela envolveu e tudo o que veio a ser consequência.

23 anos após a Proclamação da República, em 1912, o fotógrafo W. Hardenberg registrou esta imagem de índios escravizados nos seringais do Brasil:



(pausa de tempo indeterminado conforme aquilo que o coração necessitar para refletir)


Após a pausa, retomemos...
Ah sim, estávamos falando no começo de alguém, mas daí comecei a contar de seu trisavô para explicar o porquê de seu nascimento tão longe do Brasil...

É que seu trisavô, já não mais imperador, e sua família, foram exilados e mudaram-se inicialmente para Portugal onde não foram bem recebidos. O filho de Dom Pedro I do Brasil que terminou os dias como Dom Pedro IV de Portugal não foi acolhido pela Pátria Mãe de seus avós por ser um Imperador Deposto.Mas permaneceram na cidade do Porto por algum tempo mesmo assim. A Princesa Isabel e filhos seguiram com o esposo, Conde D’Eu para a França.
A Imperatriz Dona Teresa Cristina faleceu três semanas após a sua chegada à Europa, triste durante toda a viagem, sucumbiu à depressão. Os eventos dos dias 15, 16 e 17 de Novembro destruíram-na emocionalmente e fisicamente, esteve doente durante toda a viagem e a humilhação em Portugal fez agravar seu estado. Com 66 anos de idade e doente de falta de ar e artrite somada a esta crise depressiva, acompanhava seu marido pela Europa, passando seus últimos dias em incômodos aposentos estrangeiros.

A família imperial recebeu em 24 de dezembro a notícia oficial que haviam sido banidos para sempre do Brasil. Até aquele momento, fora pedido que eles partissem sem nenhuma indicação sobre quanto tempo teriam que ficar longe.
Além do banimento, o governo republicano confiscou e leiloou muitos dos bens da família imperial. Em 1890, treze leilões de bens da casa imperial foram realizados
Esta notícia foi o golpe que faltava para Dona Tereza desistir de viver. Dom Pedro escreveu em seu diário no dia 28 de dezembro: "Ouvindo a Imperatriz reclamar eu fui ver o que era. Ela está fria e com dores nos lados; porém ela não tem nenhuma febre". Assim, o imperador saiu para passear pela cidade e visitar a biblioteca. A respiração de Dona Teresa ficou cada vez mais pesada enquanto o dia passava e uma falha no seu sistema respiratório levou a uma parada cardiorrespiratória às 14 horas.
Em seu leito de morte ela disse a Maria Isabel de Andrade Pinto, Baronesa de Japurá: "Maria Isabel, não morro de doença. Morro de dor e de desgosto". Suas últimas palavras foram: "Sinto a ausência de minha filha e de meus netos. Não posso abençoar pela última vez. Brasil, terra linda ... não posso lá voltar".

Dona Tereza Cristina, princesa italiana das duas Sicílias, promoveu a cultura de várias maneiras no Brasil, trazendo da Itália artistas, intelectuais, cientistas, botânicos, músicos, e assim contribuindo para o progresso e enriquecimento da vida cultural da nação.  A historiadora Eugenia Zerbini comenta que o Brasil atualmente possui a maior coleção arqueológica da América Latina graças à Teresa Cristina.
Dom Pedro doou pouco antes de sua própria morte muitas de suas possessões para o governo republicano brasileiro, que posteriormente foram divididas entre o Arquivo Nacional, o Museu Imperial, a Biblioteca Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sua única condição era que esse presente fosse nomeado em homenagem a sua falecida esposa, e assim hoje ela é conhecida como a "Coleção Teresa Cristina Maria".

A coleção é registrada pela UNESCO como patrimônio da humanidade no Programa Memória do Mundo.
Finalmente, Teresa Cristina é lembrada e homenageada no nome de várias cidades brasileiras, incluindo Teresópolis no Rio de Janeiro, Teresina no Piauí, Cristina em Minas Gerais e Imperatriz no Maranhão.

A partir de 1890, até a sua morte, o imperador deposto viveu nas cidades de Nice e Paris.
Em Nice, viveu em uma casa alugada por sua filha até que esta se estabelecesse em uma propriedade de seu marido.

Em 23 de novembro de 1891, Dom Pedro II compareceu a Academia de Ciências pela última vez para participar de uma eleição.
Na manhã de 24 de novembro de 1891, anotou friamente em seu diário a notícia de que o presidente Deodoro da Fonseca havia renunciado: "10:30. O Deodoro demitiu-se."
Realizou logo mais um longo passeio pelo Sena em carruagem aberta, apesar da temperatura extremamente baixa.
Ao retornar para o hotel Bedford à noite, sentiu-se resfriado. A doença evoluiu nos dias seguintes até tornar-se uma pneumonia. Não houve celebração em seu aniversário no dia 2 de dezembro, com a exceção de uma simples missa, onde ficou acamado e teve apenas a companhia da filha, genro e netos.
Seu estado de saúde piorou na manhã do dia 3. Outros parentes e amigos foram visitá-lo após saberem da gravidade da situação.
No dia 4 de dezembro de 1891, recebeu os últimos sacramentos do abade Rébours, vigário de Madeleine.
Entrou em agonia na noite do mesmo dia e faleceu as 0:35 da manhã do dia 5.
Suas últimas palavras foram:
- "Deus que me conceda esses últimos desejos – paz e prosperidade para o Brasil…"

Os membros do governo republicano brasileiro, "temerosos da grande repercussão que tivera a morte do imperador", negaram a possibilidade de qualquer manifestação oficial. Contudo, o povo brasileiro não ficou indiferente ao falecimento de Pedro II, a "repercussão no Brasil foi também imensa, apesar dos esforços do governo para abafar. Houve manifestações de pesar em todo o país: comércio fechado, bandeiras a meio pau, toques de finados, tarjas pretas nas roupas, ofícios religiosos".

Dom Pedro II, morto, em Paris.
Honras de Chefe de Estado.



Cortejos Fúnebres em homenagem a Dom Pedro II em Paris.











O quarto do Hotel Bedford, onde Sua Majestade residia, foi paramentado com honrarias e reconhecimento pelo Governo Francês,
Enquanto no Brasil as manifestações eram
abafadas e perseguidas.












A reação no exterior foi igualmente simpática ao monarca.
THE NEW YORK TIMES:
“o mais ilustrado monarca do século"
THE HERALD:
"Numa outra era, e em circunstâncias mais felizes, ele seria idolatrado e honrado por seus súditos e teria passado a história como ‘Dom Pedro, o Bom’".
THE TRIBUNE:
“Seu reinado foi sereno, pacífico e próspero".
THE TIMES:
"Até novembro de 1889, acreditava-se que o falecido Imperador e sua consorte fossem unanimemente adorados no Brasil, devido a seus dotes intelectuais e morais e seu interesse afetuoso pelo bem-estar dos súditos […] Quando no Rio de Janeiro ele era constantemente visto em público; e duas vezes por semana recebia seus súditos, bem como viajantes estrangeiros, cativando a todos com sua cortesia".
WEEKLY REGISTER:
"Ele mais parecia um poeta ou um sábio do que um imperador,
mas se lhe tivesse sido dada a oportunidade de concretizar seus vários projetos, sem dúvida teria feito do Brasil um dos países mais ricos do Novo Mundo".
LE JOUR:
"Ele foi efetivamente o primeiro soberano que, após nossos desastres de 1871, ousou nos visitar. Nossa derrota não o afastou de nós. A França lhe saberá ser agradecida".
THE GLOBE:
"Ele era culto, patriota; era gentil e indulgente; tinha todas as virtudes privadas, bem como as públicas, e morreu no exílio".

Cortejo que levou o corpo de D. Pedro II de Paris ao Panteão dos Bragança em Portugal.

Na nova Constituição republicana foi instituída uma causa pétrea, de proibição em falar, ensinar, promover a Monarquia. Depois vieram outras constituições, porém mantiveram a causa pétrea.

Após a morte do Monarca, os apelos pelo retorno de seu corpo ao país se tornaram comuns ao longo dos anos.
Um projeto de lei na Câmara dos Deputados que autorizava o translado do corpo de Pedro II e sua esposa de volta ao Brasil, e que contava com o apoio de republicanos históricos, foi arquivado frente à exigência da Princesa Isabel de que permitira o traslado dos corpos de seus pais somente se o banimento de sua família fosse extinto.

Dona Isabel, o Conde D'Eu, filhos e netos no exílio.


Em 1916, o presidente Venceslau Brás autorizou o retorno dos corpos e da extinção do banimento, mas optou por esperar para formalizar o ato após o término da I Guerra Mundial.

Seu sucessor, Epitácio Pessoa, assinou a lei (com uma pena de ouro oferecida pela Associação Brasileira de Imprensa) em 3 de setembro de 1920, que revogava finalmente o banimento e permitia o translado dos corpos.

Naquele mesmo ano, o encouraçado São Paulo trouxe para o Brasil os corpos de nossos Imperadores na companhia do então idoso Conde D’Eu e seu filho, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara, único filho sobrevivente; infelizmente Dona Isabel não viu o Brasil novamente, estava muito idosa e enferma e não aguentaria a viagem.

O governo republicano português concedeu a Dom Pedro II a exumação com honras de Chefe de Estado e o mesmo tratamento recebeu ao chegar ao Brasil.

O presidente Artur Bernardes declarou feriado nacional e em todo o país festejou-se o retorno do Imperador.


Nestas duas fotos, o cortejo com o corpo do Imperador no Rio de Janeiro, para ser sepultado
em solo brasileiro.



Na catedral de São Pedro de Alcântara foram sepultados os corpos de suas majestades O Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Tereza Cristina.

O conde e seu filho ficaram pouco no Brasil, pois suas vidas estavam consolidadas na Europa e também Dona Isabel havia ficado sozinha.

Pedro de Alcântara, porém, não era o herdeiro do trono desde 1908, isso explicarei logo mais.


Nestas fotos, os filhos da Princesa Isabel:
Dom Pedro de Alcântara;
Dom Luiz Maria e 
Dom Antonio Gastão.




Com a deposição da família imperial, vez por outra surgiam boatos e até iniciativas pela restauração da Monarquia. 

Gaspar Silveira Martins, insistia em vão para que Pedro II retornasse ao país após o marechal Deodoro ter fechado o Congresso Nacional. 

Após a morte do Imperador em 1891 as esperanças diminuíram; em 1893, a república cambaleava com a segunda revolta da armada e a revolução federalista no sul do país. 
Com o avanço da revolução, Silveira Martins propôs à princesa Isabel que permitisse aos militares ligados à Revolta da Armada levarem Dom Pedro de Alcântara para ser aclamado Dom Pedro III. Não foi atendido o pedido, pois seria uma guerra sangrenta e isso não é aclamação dos povos.

Passado o tempo, em 1918 Pedro de Alcântara perderia seu direito de reinar,caso o Brasil voltasse a ser uma Monarquia. Ele havia casado e sua esposa não pertencia a uma Família Imperial, condição exigida para o sucessor do trono brasileiro. Embora outras Monarquias como a Inglaterra não faça questão do casamento Morganástico, desde a fundação do Império do Brasil  assim foi instituído; no que a Princesa Isabel Fe-lo assinar em 1908 um ato de renúncia ao trono do Brasil, passando então o direito dinástico a seu irmão Luís Maria Filipe.

"Príncipe Dom Pedro de Orléans e Bragança

Eu o Principe Dom Pedro de Alcantara
 Luiz Philippe Maria Gastão Miguel 
Gabriel Raphael Gonzaga de Orléans e Bragança,
 tendo maduramente reflectido, resolvi renunciar 
ao direito que pela Constituição do Imperio do Brazil promulgada a 25 de Março de 1824 
me compete à Corôa do mesmo Pais. 
Declaro pois que por minha muito livre 
e espontanea vontade d’elle desisto pela presente 
e renuncio, não só por mim, 
como por todos e cada um dos meus descendentes, 
a todo e qualquer direito que a dita Constituição 
nos confere á Corôa e Throno Brazileiros, 
o qual passará ás linhas que se seguirem 
á minha conforme a ordem de successão 
estabelecida pelo Art. 117. 
Perante Deus prometto por mim 
e meus descendentes manter a presente declaração.
Cannes, 30 de outubro de 1908

Assinado: Pedro de Alcântara de Orléans e Bragança

Esse instrumento de renúncia foi emitido em três vias, todos assinados por Pedro de Alcântara diante de sua mãe, Isabel do Brasil, a qual enviou uma das vias ao Diretório Monárquico do Brasil, então localizado no Rio de Janeiro, aos 9 de novembro de 1908.



O direito de reinar, passou ao seu irmãos Dom Luis Maria Filipe.



Veterano da Primeira Guerra Mundial, condecorado por bravura com diversas medalhas; Dom Luis Maria Filipe contraiu um reumatismo raro que não resistiu a diversos tratamentos e morreu em Março de 1920 sem pisar de volta à sua Terra Natal, o Brasil.








Dois anos antes, Dom Antonio Gastão, o caçula, faleceu numa queda de avião perto de Londres, em manobras de exercícios militares quotidianos, após o término da guerra, da qual havia saído ileso.



Traída por José do patrocínio, destituída de seu direito de reinar, para o qual se preparou desde criança como todo Monarca, exilada, espoliada, com a saúde frágil, extremamente abalada pela morte de dois de seus filhos (Antônio, em 1918, e Luís, em 1920), a princesa Isabel faleceu em 14 de novembro de 1921.

Por falar em se preparar desde a infância, sempre foi assim com os príncipes e sempre será. Independentemente de estarem ou não num País Monarquista.
Aprendem idiomas, administração pública, diplomacia, finanças, enfim, um príncipe é preparado durante a vida inteira para governar seu país; diferente da república onde a pessoa exerce diversas funções durante a vida e se vê governante, um príncipe tem desde o nascimento o compromisso do governo, mesmo que não venha a reinar. Por exemplo, se tem já cinco pessoas na linha sucessória, caso haja mortes, os outros também estão preparados desde a infância, mesmo que seja o décimo na linha sucessória.
Hoje o Brasil é uma república, mas todos os príncipes pertencentes à linha sucessória estão preparados desde  infância em tudo o que um governante precisa e assim farão com seus filhos também.
A existência de herdeiros, de uma dinastia é importantíssima, pois os bons projetos de governo sempre terão continuidade, pois como já foi dito, o rei que assume, já trabalhava desde muito antes com seu pai.
Outro ponto importantíssimo, é que o rei não tem partido, sendo assim, ainda que os congressistas sejam de diversos partidos, não existe oposição, uma vez que o Monarca não é de partido algum.

Voltando à nossa história, com a morte da princesa Isabel e já tendo falecido o Príncipe Dom Luiz Maria, o direito de reinar numa possível volta da Monarquia passou ao seu neto Dom Pedro Henrique, então com 12 anos, fruto do casamento de Dom Luis Maria filipe com a Princesa, Dona Maria Pia de Bourbon, com quem teve outros dois filhos: Luis Gastão e Pia Maria.





O conde d'Eu morreu no ano seguinte, de causas naturais, a bordo do navio Massilia, que mais uma vez o trazia ao Brasil, para a celebração do primeiro centenário da independência do país.

A História do Brasil é injusta com este homem, que lutou na Guerra do Paraguai, que foi comandante do Exército e sempre respeitou e amou nosso país.





D. Maria Pia resolveu continuar morando na França, onde achava que Dom Pedro Henrique poderia receber educação mais adequada, com seus irmãos Luís Gastão e Pia Maria. Formou-se em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Sorbonne, na França.
Em 1925, aos 16 anos, o governo brasileiro indeferiu o seu pedido para servir nas Forças Armadas.
Casou-se em Leutstetten em 17 de agosto de 1937 e religiosamente na capela do castelo de Nymphenbourg, em Munique, em 19 de agosto, com a Princesa Dona Maria Isabel de Wittelsbach.

Desta união nasceram doze filhos:
Luís Gastão
Eudes
Bertrand
Isabel Maria
Pedro de Alcântara
Fernando Diniz
Antônio João
Eleonora
Francisco Maria
Alberto
Maria Thereza
Maria Gabriela

O casal residiu primeiramente na França; durante várias vezes tentaram morar no Brasil, mas foram impedidos devido às dificuldades de locomoção geradas pela Segunda Guerra Mundial.

Em 1945, quando findou a guerra, a Família Imperial voltou definitivamente ao Brasil; se instalaram primeiramente em Petrópolis, Rio de Janeiro, no palácio do Grão-Pará, e depois em casa no bairro do Retiro, em Petrópolis.
Pedro Henrique tinha conflitos os descendentes de seu tio renunciante; eles também já se encontravam no Brasil e até hoje não aceitam a questão dinástica, reclamando para si o direito de reinar caso a Monarquia volte.

Em 1951, Dom Pedro Henrique comprou uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Paraná, onde se lançou como agricultor. Em 1965, retornou ao estado do Rio de Janeiro, instalando-se em Vassouras, cidade importante nos tempos do império, quando era pólo cafeeiro. No chamado Sítio Santa Maria. Residiu ali até o final de sua vida, em 1981.




Dona Maria Isabel de Wittelsbach, também chamada Dona Maria Isabel da Baviera, faleceu em 2011 aos 97 anos.







Dona Maria Isabel e seus doze filhos.



Lembram que eu disse que tinha uma notícia interessante?
Muitos não sabem disso, por esta razão, continua novidade...
Em 1964, quando o Congresso destituiu João Goulart da Presidência e o Presidente da Câmara, Ranieri Mazilli assumiu o governo interinamente; representantes das Forças Armadas foram até Dom Pedro Henrique e lhe ofereceram a pronta restauração do Império e o estabelecimento de sua Dinastia. E seriamos então uma Monarquia novamente.

Mas acontece que “O Príncipe Perfeito” não aceitou, porque como eu lhes disse, um rei brasileiro é antes de tudo um cavalheiro, um lorde, e nada tomará a força. Isso seria contra os princípios estabelecidos desde a Independência do País; pois aceitando o golpe proposto pelos militares ele não poderia se chamar “Dom Pedro III, Por Graça de Deus, e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil”, pois não teria assumido com aclamação popular.
Então veio a Intervenção Militar, Castelo Branco foi eleito pelo Congresso Nacional (Muitos também não sabem disso, que inclusive Ulisses Guimarães e Tancredo Neves participaram da eleição) e o resto da Historia vocês já conhecem.

Bem, vamos voltar no personagem do começo de toda essa história?

Vai ficar cansativo (alias já deve estar porque o texto está bem longo, eu sei, mas tudo pela verdade histórica) mas vou repetir pois gostei das palavras que usei... Como eu disse no inicio, ele é um cavalheiro.
Nem além (porque mesmo sendo um lorde tem gestos simples) e nem aquém (porque nos mínimos detalhes a educação se faz latente).
Fala fluentemente o português, o francês e o alemão; compreende o espanhol, o italiano e o inglês.

Seu nome é Luis. Como é um príncipe legítimo, chamemos de Dom Luis de Orleans e Bragança.
Dom Luís é o mais velho dos doze filhos do príncipe Pedro Henrique de Orléans e Bragança (1909–1981), e, portanto, “De Jure”, (que quer dizer “De Direito”), imperador do Brasil desde a morte de seu pai.
A mãe de Dom Luis foi a Pprincesa Maria Isabel da Baviera (1914-2011), neta de Luís III (1845–1921), último rei da Baviera.

Batizado na capela do Mas-Saint-Louis, casa de campo pertencente a sua avó, D. Maria Pia de Bourbon (1878–1973), princesa das Duas Sicílias, tendo sido ela sua madrinha e, como seu padrinho, o tio materno Luís, príncipe da Baviera (1913-2008).

Como eu disse no começo do texto, mesmo vindo à luz lá na França, tão distante do Brasil, foi registrado na Embaixada do Brasil, que é território do Brasil e batizado na capela da casa de sua avó, com água da fonte do Largo da Carioca, que foi levada daqui para lá, para este fim, de batizar nosso amigo. Portanto, Brasileiro nato!


Luís viu o Brasil pela primeira vez aos sete anos de idade, em 1945, após o término da Segunda Guerra Mundial, quando se estabeleceu definitivamente neste país, no Rio de Janeiro, depois no Paraná e finalmente em São Paulo, onde reside atualmente. Estudou em colégios tradicionais – como o carioca Colégio Santo Inácio, dos jesuítas – e mais tarde partiu para Paris, onde aperfeiçoou seu aprendizado de línguas.
Graduou-se em Química, pela Universidade de Munique, cursada de  1962 a 1967.
Desde que se tornou chefe da “Casa Imperial”, dedica todo o seu tempo às questões brasileiras, embora de forma discreta. Visita, com seus irmãos Dom Bertrand e Dom Antônio João, as cidades brasileiras, onde é recebido com apoio e homenagens.
Cidadão benemérito e honorário de quase todas as capitais, membro honorário de numerosas instituições culturais e históricas, possui condecorações, tais como: Grão-Mestre das Imperiais Ordens do Cruzeiro, de Pedro I, da Rosa, de Cristo, de São Bento e de Santiago, e ainda Bailio Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge e da Casa Real das Duas Sicílias, hoje inexistentes senão a título privado.

Existem três ramos da Família Imperial hoje no Brasil, o ramo de Petrópolis, onde residem os descendentes de Dom Pedro de Alcântara, o filho da Princesa Isabel que renunciou seu direito dinástico (Deste ramo fazem parte o conhecido Dom João Henrique, fotógrafo renomado, conhecido como Dom Joãozinho; e Dona Paola de Orleans, conhecida modelo); o outro ramo da Família Imperial é o de Vassouras, no Rio de Janeiro, onde foi morar Dom Pedro Henrique após a vida de agricultor no Paraná. A este ramo pertence nosso amigo Dom Luis; e um terceiro grupo é chamado “Saxe-Coburgo e Bragança” e são descendentes de Dona Leopoldina, irmã de Dona Isabel, a Redentora.









Lembram que falei da Causa Pétrea? De que não podia falar em Monarquia, Família Real e coisas assim? A Constituição do Brasil mudou várias vezes, coisa da instabilidade republicana, porém a causa pétrea monárquica jamais foi revogada.
Quando o congresso se reuniu para a Assembleia Constituinte de 1987-1988, Dom Luiz concorreu de maneira decisiva para a queda da Clausula Pétrea, com carta firme e bem argumentada aos Senadores e Deputados, pedia a abolição daquele dispositivo discriminatório aos monarquistas  e consequentemente a convocação de um plebiscito para decidir sobre a forma e regime de governo a vigorarem no país, como deveria ser desde 1889, segundo aclamação do povo.

Lembram que eu prometi falar sobre o plebiscito? Então vamos lá... Ele aconteceu sim, eu mesmo votei na ocasião, foi a segunda vez que eu fui às urnas, com dezenove anos; Aconteceu em 1993. Deveríamos escolher entre a forma de Governo: República ou Monarquia; e o sistema de governo: presidencialista ou parlamentarista.
A forma de governo republicana é esta que você vê todos os dias e a monárquica é esta que você viu neste texto, lembra da história da dinastia, da continuidade dos projetos sem partidarismo nem oposição, da pessoa que é preparada desde a infância para governar?
O sistema parlamentarista como você viu na época de Dom Pedro possui um primeiro ministro (que é então o poder executivo) nomeado pelo governante (Presidente da república ou rei, que no caso de parlamentarismo, tornam-se Poder Moderador) e este primeiro ministro pode ser demitido a qualquer momento se houver insatisfação do povo.
O sistema presidencialista é aquele em que o governante é o poder executivo.

Acontece que O Supremo Tribunal Federal proibiu os príncipes Dom Luis, Dom Bertrand e Dom Antonio de aparecerem na televisão. Os maiores conhecedores da monarquia, os príncipes, não puderam falar na TV por ordem do STF, o que, evidentemente, foi uma censura desleal contra a propaganda monárquica, pois o Rei e os príncipes são as personalidades mais importantes de uma monarquia.
Mas quem teve o direito de aparecer foi o ramo de Petrópolis representado por Pedro Gastão, mostrando príncipes descompromissados com a verdade e fazendo com que a propaganda monárquica fosse ridicularizada, mostrando propagandas de cunho humorístico.
Houve até uma propaganda com o ator Milton Gonçalves chorando, dizendo que não queria que os afrodescendentes voltassem a ser escravos.
Me diga uma coisa, você que me lê pacientemente (Muito Obrigado meeeesmo!!!), você ainda tem dúvida, depois de tudo o que lhe contei, que a Monarquia é a contra a escravidão? (Caso você não tenha lido sobre isso, peço que leia o texto para entender toda a história, por favor. Obrigado)
Mas enfim, mostraram uma família imperial cheia de pessoas declaradamente republicanas, como é o caso de Dom Joãozinho e um candidato a rei cheio de revolta por seu pai ter renunciado ao direito de reinar como era Dom Pedro Gastão.

A Monarquia teve 13,4% dos votos válidos, e isso sem ter acesso aos meios de comunicação, como acontece com os partidos. Os príncipes herdeiros do trono não puderam aparecer no horário político.

Se um plebiscito acontecer hoje, existe a possibilidade de acontecer o contrário, porque existem grupos conscientes sobre a Monarquia parlamentar Constitucional, militantes, propagadores, difusores, organizações, milhões de monarquistas distribuídos em muitos grupos como o Pró Monarquia, a Associação Causa Imperial, O Monarquia 21, O Instituto Brasil Imperial, o Circulo Monárquico Brasileiro, a Patrulha Imperial, o instituto Dona Isabel Primeira, Associação Amigos Reais, Correio Imperial, Instituto Brasileiro de Estudos Monárquicos, Monarquia em Ação, além de partidos diversos que, embora um rei não tenha partido, enquanto estamos na república é necessária a organização da militância e da propagação, e existem o Partido da Real Democracia, Partido Monarquista Parlamentarista Brasileiro, Frente Monarquista Brasileira, Partido do Movimento Monarquista do Brasil, Partido da Construção Imperial  e outros.

Quando não se tem o que se quer, muitas pessoas simplesmente tocam a vida, outras atrapalham quem tem aquilo que eles mais queriam, e é o que os “Gastonistas” como chamamos os Príncipes do Ramo de Petrópolis fazem.

Dom Joãozinho adora dizer na televisão que é republicano. Sem problemas, mas deixem seguirem seu caminho nossos verdadeiros príncipes de jure.

Por falar em Petrópolis, os descendentes de Dom Pedro Alcântara (o filho da Princesa Isabel que renunciou aos direitos dinásticos) recebem o Laudêmio (taxa sobre a venda de todos os imóveis da região central de Petrópolis).
A União tem 542 mil imóveis que podem receber laudêmio, a grande maioria para a Igreja Católica.
Em Petrópolis há cinco terras aforadas, e a principal está nas mãos da família real. A família alega que os imóveis do chamado 1º distrito de Petrópolis – a região central da cidade – estão localizados na área correspondente à Fazenda do Córrego Seco, pertencente a Dom Pedro II.
2,5% do valor dos prédios vendidos na região central de Petrópolis, vão parar nos cofres dos descendentes do príncipe destituído.

Os descendentes de Dom Pedro Henrique, ou seja, o ramo de Vassouras, do qual pertence Dom Luiz, O Cavalheiro, não recebe nenhuma parte do laudêmio, vai todo para aquela parte da Família Real.

Vamos voltar a falar do nosso personagem principal somente?

Aqui está ele numa foto com a mãe, Dona Maria Isabel da Baviera há alguns anos.

Quantas coisas você aprendeu neste texto compriiiido e tão cheio de antigas novidades, não?
E agora? Depois de conhecer tantas coisas fantásticas o que o futuro reserva para Dom Luiz?


Dom Luiz não tem filhos, e seus direitos dinásticos passam para seu irmãos Dom Bertrand que também não teve filhos; o terceiro na linha sucessória é o irmão Dom Antonio, depois vem os filhos de Dom Antonio, seu filho Dom Rafael e depois suas irmãs, Dona Amélia Maria e Dona Maria Gabriela.







Dom Bertrand tem 73 anos,
é advogado,
escritor,
piloto civil
e reservista da Força Aérea Brasileira.









Dom Antonio tem 64 anos,
é engenheiro
e exímio aquarelista.











Dom Rafael
é engenheiro de produção
e tem 28 anos de idade.















Dona Amélia Maria, 30 anos
Arquiteta,










Dona Maria Gabriela tem 25 anos
e é estudante de Comunicação Social.



A Linha Sucessória é gigantesca e pode ser consultada em diversos sites monárquicos e também na Wikipedia.



Dom Luiz segue na sua lida diária na chefia da “Casa Imperial do Brasil”, atuando diretamente com a Associação Pró Monarquia e todos os demais grupos monárquicos, incansavelmente respondendo trabalhando para construir uma Nação verdadeiramente Soberana onde venha a reinar ou que seus sucessores reinem.

Hoje ou amanhã, a esperança é sempre! E Luís Gastão Maria José Pio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach é nosso rei, não importa se a sua coroa está no Museu, não importa se seu trono está no museu, o que importa é que no meu coração e nos de atualmente dezenas de milhões de monarquistas brasileiros, um Império pulsa esperançoso!


E nosso sonho de aclamar Dom Luiz Imperador de Jure deste país, Rei, e chamá-lo Sua Majestade Imperial, Dom Luís I, pela Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil é tão vivo quanto estamos todos!

(Danilo Marques. Fontes: Wikipedia e imperiobrazil.blogspot)

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Aqui , toda a história do seu ilustre trisavô mais detalhada ainda e com fotos:
http://imperiobrazil.blogspot.com.br/2010/07/dom-pedro-ii_11.html

Para saber mais e mais:
1 - http://migre.me/lEm1t ; 2 - http://va.mu/kFIO ; 3 - http://migre.me/nZy9c)